Arraial de Sant’Ana, rincões
Vila Boa e a Serra Dourada
Ravinas da vida, marcadas
Anna Lins dos Guimarães
Versos de ruas tortuosas
A doceira da poesia
Metáforas da alegria
Noites goianas, formosas
Às margens do Rio Vermelho
A “casa velha da ponte”
Água corrente da fonte
Anhanguera, Diabo Velho
Vetusta, passos lentos
A grandeza das palavras
Mulher de fibra, gramática
Ode ao vento
Afrontou seu tempo
Letras e pensamento
Contestou o silêncio
A formosura em lirismo
Lagarta feia da Ponte da Lapa
A mais bela das borboletas
A primavera e as violetas
O eflúvio da madrugada
Em sinfonia e poesia
Nas veredas de Goiás
O bioma das gerais
A resistência feminina
Símbolo da literatura
Lutou pela liberdade
Amores, dores, saudades
Irreverência e cultura
Entre tachos de cobre
e milharais
Mal traçadas linhas
e madrigais
Vivência em doces palavras
Farricocos iluminam o céu
Auto de fé, penitência
Tradição, resistência
Procissão do Fogaréu
Ruelas calçadas de pedras
Manchadas pelo sangue
De anônimos sem nomes
Suor de negros e negras
Em vielas que sentem
Muros que murmuram
Senzalas que gritam
Caminhos que gemem
A poetisa doceira
Alfenins e versos
Côncavo e o convexo
Literatura em compotas
Fez da rudeza
A beleza da poesia
Grandeza infinda
Cora Coralina.
This Post Has 0 Comments